12 de set. de 2010

Das dúvidas do sentir

- Eu teria direito, ou simplesmente agiria por impulso?

Sentira falta, admitira. Apesar de guardar consigo uma mágoa de dor mal-resolvida, não conseguia sentir aquela obrigação dos orgulhosos de se afastar e se enraivecer.

- Se o orgulho não vence a falta, será que o sentir seria maior que a dor?

Se desdobrara em sentimentos confusos, em braços escusos, mas não mais firmara certeza em outro alguém. Quisera sumir, abandonar; quisera não-sentir. Não podia.

- Não podia, ou não queria?

Quisera não querer. Quisera esquecer, apagar, afanar o sentir e afagar o orgulho próprio. Mas nada a fizera enxergar este orgulho vencendo o sentir.

- E o sentir, é possível nomear?

Quisera entender, compreender, quisera esclarecer, nomear, renomear, soletrar, se fosse possível. Tinha sempre uma venda nos olhos dividindo o sentir em partes impossíveis de se juntar e classificar.

- Qual o problema da dúvida?

Tentara entender como conviver com a dúvida. Não conseguia. Tentara perdoar, tentara esquecer, tentara não sentir. Nada resolvia. A dúvida a impedia de agir.

A cabeça não deixara falar o coração.

Buscava, então, nos braços daquele afago de outrora, entender a 'querência' do seu sentir.

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