22 de nov. de 2010

4 anos se passaram e me sinto na obrigação de repetir:

eu, um pedaço de quase nada,
hoje sou ainda menos.
me falta um pedaço, um laço, um braço.
me falta um abraço.
me sobram sonhos, me falta chão.
falta pé na terra. sobram elevadores.
e eu relevo e me elevo.
E o chão, cada dia mais longe,
é ainda alento.
e eu tento.

21 de nov. de 2010

Cabeça vazia, oficina da auto-crítica?



Dentro, bem dentro, há um misto de desapontamento e decepção.
Parecidos, mas diferentes.

Não quero crer na tormenta, com tanto sol batendo na nuca.

Procuro entender o que falta; descubro que este é meu estilo de vida.
Ando vivendo de fugir do que não quero, e não de buscar pelo que quero.

Não sei se sou eu que escondo minhas capacidades, ou se são os outros que não as querem ver. Mas continuo dando tudo de mim, mesmo que doa.

Continuo incompreendida, incompreensível, incompreensiva.

Infeliz? Me recuso! Mas vivo em busca do que falta...
Queria que a falta tivesse nome, queria não me envenenar do sistema, queria amar sem este medo que me entorpece, queria me expor por inteiro, sem medo algum da opinião alheia.

Me sinto fraca para lutar contra mim mesma. Me sinto culpada da minha falta de fé na vida. Me sinto incomum, inadequada, deslocada. Não sou o que esperam que eu seja, não quero o que se espera que todo mundo queira da vida. E fica a questão: onde achar um ponto de equilíbrio para ter o que todos tem, viver como todos vivem, sem sofrer o remorso de estar me obrigando a ser quem eu não sou?