há um gosto esquisito, mas delicioso, em escrever coisas que ninguém lê - ainda que públicas.
não que eu as escreva para os outros, não que eu pretenda difundir as difusões dos meus pensamentos conflituosos e divertidos.
é como provar coisa errada pela primeira vez.
é um dos gostos desses gostosos de desafio, de auto-exposição, de botar o próprio bloco na rua com o "foda-se" no automático. gosto de mandar mauricinho roda-dura metido a gostoso no trânsito pra "puta que o pariu", mesmo que isso custe um medo enorme. gosto de primeiro beijo que você espera que seja eterno, mas morre de medo que não encaixe.
é quase um vouyerismo às avessas. é gosto do risco de por na tela de quem-quer-que-seja o que você pensa da vida, o que sente, o que gostaria de sentir... gostaria que me sobrasse inspiração para escrever pra ninguém, sempre.