29 de jul. de 2010

e se...? ou - lá em pandeiros!

e se eu fosse capaz de dizer o que ninguém disse ainda?
e se eu pudesse?

e se eu entendesse à tua alma melhor do que conheces, maior do que compreendes?
e se tu não quisesses?

e se fosses capaz de ver, nas entrelinhas dos meus olhos tristes, quais são meus reais desejos?
e se eu permitisse?

e se meus olhos se abrissem ao tocar dos teus e fossem juntos, bem mais que dois?
e se pudéssemos tentar?

e se tudo o que disseram sobre nós fora uma doce verdade?
e se quiséssemos?

e se tentássemos, e fugíssemos, e nos escondêssemos além da mata, ao lado da cachoeira, onde mais planejamos nos guardar do mundo, nos abrir um pro outro?

e se ficássemos, pra sempre, e se nos uníssemos, e parássemos o tempo, e se não pensássemos mais em nada?

13 de jul. de 2010

Se você viesse

Eu limparia a terra,
Eu plantaria a horta.
Eu pintaria as janelas de azul anil.
Eu varreria os ventos das canções mal-acabadas e sopraria a poeira de dias infelizes.

Eu trocaria os lençóis,
Eu pensaria em canções,
Eu planejaria o quarto que um dia seria dos meninos.
Eu tentaria não chorar todos os dias ao ver-te entrar.

Eu suspiraria todas as noites,
Eu cantaria todas as manhãs,
Eu esperaria todo anoitecer,
Eu dormiria por alguns segundos com as tuas mãos em meus cabelos inebriada com teu cheiro.

Eu seria tua,
Eu seria minha, com os pés na terra e os vestidos voláteis.
Eu seria a mãe das meninas de cabelos revoltos e dos meninos dos pés descalços.

Eu ensinaria a plantar,
Eu colheria do pé,
Eu escolheria o sabor.
Eu alimentaria a eles, e a ti, como a mais devota das mulheres.

Eu teria mais fé,
Eu seria mais mulher,
Eu teria mais amor,

Se você viesse.