27 de nov. de 2011

Da re(descoberta) da ingenuidade.

É que quando eu penso que já fiz de tudo, alguém me lembra de que ainda não fui literal. E quando penso que já conheço os capítulos a seguir, descubro que nada mudou no fim das contas. E por mais que eu tente prever um novo fim, você sempre me vem com novos começos para o mesmo fim (fim de finalidade). E eu - e isto é o mais incrível - não finjo que acredito nas suas boas intenções. Eu realmente acredito; Novamente acredito; Contradigo todas as estatísticas, conselhos, previsões do horóscopo tabajara e acredito. Não é a toa que se diz que quem cria expectativas, se decepciona. Crer, ou não crer? Heis a questão. Me pego mais uma vez sendo completamente ingênua.

15 de nov. de 2011

Do preço que se paga pelo passado

É que por mais que eu explique a diferença, você sempre se lembrará do começo. Sempre temerá minhas histerias. Sempre hesitará em me dar as mãos. Por mais que eu seja outra e você saiba disso, o que eu fui ainda é um fantasma do que você não quer mais. Por mais que eu entenda o que não mudou em você, ainda há aquele pavor de que eu volte a questionar o inquestionável. Mas por mais que tenha doído muito, o saldo é positivo. Por mais que a história seja longa, todo dia parece um começo. Por mais que os fatos se repitam, lembro mais das partes boas. Por mais que eu pense que sei suas linhas de cor, você sempre diz algo inesperado. Será que sempre serei culpada do que fui um dia, ou que ainda há conserto? Será que fomos em vão, na tentativa de viver tudo em um segundo? Será este um recomeço ou apenas o começo do fim? Cansei-me da dor. Ainda não conheço o gosto de sermos só delícia.

14 de nov. de 2011

Da falta de sacanagem

Há uma grande desvantagem: você sabe tudo de mim. Sabe onde me tem, sabe onde me cala, sabe como me tirar do prumo. Meus quereres são sabidos, desveladamente. Seriam eles lançados como flechas em meu peito ao seu bel querer? Seria você capaz de atirá-los contra mim como armas letais? Ou será possível que você, ao contrário do que eu penso, esteja repensando os seus quereres? Acho a dúvida uma falta de sacanagem.

28 de set. de 2011

Da permanência da certeza (ou da permanência da dúvida)

Eu sei que você sabe quando o recado é pra você. E eu, que não sou de mandar recados, guardo aqui minhas palavras. Tão abertas quanto meu coração, tão escondidas quanto meu sentimento. Sinto sua falta todos os dias. Sinto sua presença mesmo que invisível. Tenho vontades inacabadas, tenho dúvidas sobre as certezas que apregoo por aí. Tenho certeza de que não estou só. Tenho certeza de que não há certeza. Tenho certeza da dúvida. Do resto, pouco sei. Ainda aprendo todo dia... Sempre (re)conheço novas faces em mim, em você, na vida, no mundo. Cada dia é mais um dia de ausência. E qualquer presença me faz bem, embora me tome de mais dúvidas. "Sinto sua falta, não posso esperar tanto tempo assim. O nosso amor é novo, é um velho amor ainda e sempre."

28 de ago. de 2011

Do intangível

Das coisas que mais me tocam, eu sei dizer pouco.

Sei que acredito que quando mais profundo é o elo, mais de longe vem o cheiro...

Difícil explicar, fácil de entender:

Tem coisa que "nasce" com a gente. Tem gente que "nasce" pra gente, tem coisa que a gente precisa passar pra ser crescer, ou pra ser feliz, ou mesmo apenas pra 're-viver'.

É tudo tão nítido: nascer não é o começo. Conhecer não é o começo. Pode ser só mais um encontro.

Estasiada com a beleza do mundo, inconformada com as mazelas, vou seguindo meu caminho: certa de que ele começou muito antes de 85 e está longe de acabar...

Tudo é tão crível, embora pareça incrível! Ter fé no que se crê é muito mais fácil e muito mais bonito.

20 de mai. de 2011

Quando o amor não passa

Quando o amor não passa, fica a certeza de que algo transcende o ódio.
Algo transcende a falta.
Algo transcende os novos amores possíveis que não se possibilitam.

Quando o amor não passa, o coração é refúgio da saudade.
A missão é entender a necessidade, a falta, a realidade, o sonho.

Quando o amor não passa, resta a canção, resta o coração, resta a saudade do colo, e do cheiro.

Quando o amor não passa, pra onde passo eu, no próximo passo?

8 de abr. de 2011

Eu sou mil:

Quanto mais cansada, mais quero movimento.
Quanto mais corro, mais quero correr.
Quanto mais me enfrentam, maior eu fico.
Tenho uma pequena e dolorida pedra apertando o dedinho do pé esquerdo. Que guardo no coração.

Tenho um coração enorme, que guarda pedrinhas, e um pequenininho, apertadinho, espremidinho, que tudo o que quer é se desapertar.

Coração grande quer voar. Coraçãozinho quer amar. E a cabeça, e a alma, e o corpo, deixam tudo voar.

6 de abr. de 2011

Da arte da observação.

A cidade das Sete Lagoas, tem um milhão de buracos.
A TV fala de abusos tão desumanos (e tão humanos) que ferem a alma, e me impedem de deixá-la ligada.

O meu ibope, só tem música boa e amigo fiel.

No caminho da dureza de crescer, vou caminhando e calando.
Ouvindo os que tem algo a ensinar. Escutando.

Pensando na real necessidade de questionar tudo, de assimilar tudo, de elocubrar sobre todos os assuntos, todos os sons, todos os figurinos, comentários, posts, pra ser mais atual.

Pensando que nem sempre os amigos fiéis falam só o que é para o seu bem: tudo o que você diz é para o SEU bem?

A arte de crescer ensina a arte de calar. A arte de calar ensina a arte de observar.
E eu, escuto os sons que me indicam, recordo momentos felizes em fotos feias, me divirto com as bobagens do dia-a-dia. Passo por cima das maldades, rezo por mim, pelos amigos, e pelos malfeitores.

Com fé em Jorge, café na caneca, sono forçado: sonho alto.

29 de mar. de 2011

Das coisas que sei de mim

É que quanto mais eu sei de mim, menos consigo saber de você.

28 de mar. de 2011

Das questões do tempo.

É que mesmo que faltem milhões de pedaços dentro de mim, me falta ainda mais tempo para encontrá-los.

Acho que este é o princípio da necessidade de se dar tempo:
É preciso tirar do tempo que se dá aos outros, o tempo de dar atenção pra si.

É preciso tirar de si, o olhar impiedoso dos outros sobre o que se faz do próprio tempo.
É preciso ter tempo de se olhar, de fora, e ver como o tempo (e as conseqüências dele) te fizeram crescer.
É preciso olhar os outros (e os problemas dos outros) como outros problemas, que não os seus problemas.
É preciso ir-se amadurecendo: amadurecimento pede tempo.

É preciso ter tempo de se questionar, é preciso ter tempo de se perdoar, é preciso ter tempo de se sacrificar.

É preciso ter tempo de entender o fundamento do que se faz.
A cada segundo.

12 de jan. de 2011

Sabe?

Você sabe me tirar o ar.
Sabe me tirar do chão.
Sabe me tirar o juízo.

Você sabe diminuir meu fôlego.
Sabe ampliar meus planos.
Sabe angustiar meus sonhos.

Você sabe o que eu quero de você.
Sabe o que eu tenho pra te dar.
Sabe o que fizemos mal-feito...

Você sabe me desestruturar,
Sabe me desmanchar,
Sabe me despir (de pudores, de poderes...)

Quando será que chega o dia,
pra alívio completo da minha vida,
em que você sabe se vai, ou se fica?