11 de abr. de 2010

das coisas que carrego comigo

carrego aqui dentro uma certeza:
de que a vida é sempre bonita, mesmo que por caminhos tortuosos.

carrego comigo a fé:
em mim, nos outros, no homem, no Homem.

carrego nos ombros dores dos outros, paixões mal-resolvidas, saudades eternas.

carrego um sorriso largo:
sorriso que não sabe se fechar, mas que nem sempre é sinal de felicidade; mas que jamais é falso. sorriso pra mim é filosofia de vida.

carrego nos olhos baixos tristeza:
talvez uma tristeza tão profunda que eu mesma não conheça bem;
talvez uma tristeza simétrica, ou assimétrica: tenho poucos e claros cílios, apesar da minha carinha de boneca.

carrego em mim uma paz de espírito que quase nunca se vê; sou furacão.

9 de abr. de 2010


em tese a vida é fácil:

acordar, comer, banhar, trabalhar, comer, banhar, dormir.

por vezes, amar. raras as doces vezes de amar.

será que é isso o que dificulta vida?

por vezes, sonhar. sonhar é um alívio pras querências.

por vezes, sofrer. sofrer é realmente preciso?


"o amor na prática é sempre ao contrário" Cazuza
pensa comigo:

frio dá fome,
fome dá gula,
gula dá vontade de comer doce.

frio com gula dá vontade de brigadeiro de colher.
brigadeiro de colher gasta meia-hora em cima da panela, mexendo sem parar.
e minha cama tá uma delícia.

e de segunda pra frente, vou ter que acordar 6:30 da manhã. todo dia.
e trabalhar o dia inteiro. trabalhar muito por um salário mísero.

mas num emprego bacana! poxa, um emprego! nem lembro a última vez que tive um... trabalho, faz tempo, sempre to trabalhando de um jeito ou de outro. mas emprego faz tempo... mas não desmereço meus trabalhos... em termos de dinheiro, talvez venha a ganhar até menos... mas, pô! empreeeego! fala isso pro seu pai, se ele prefere uns trampos ou emprego? aff! to feliz!

mas por outro lado, dói. é feio saber que meu currículo bacana vale muito em tese, mas que mal-mal eu pagarei as roupas que preciso comprar pra trabalhar bem-vestida.

aff... é só um desabafo! daqui de cima da minha cama confortável, de meia nos pés, no escurinho, curtindo preguiça no meio da tarde. talvez a última das minhas tardes de paz. talvez sonhando com a correria que virá.

pensa comigo: melhor ficar deitadinha aqui, não?