20 de dez. de 2007

eu queria ao menos saber porque.

queria ao menos que você soubesse que me mata.
milímetro por milímetro.
não como você planejou matar. é a sua fraqueza que me mata.

nada altera o que eu sinto, nem consigo ter raiva.
só tenho raiva de mim, por ter acreditado.

eu acreditei em uma mentira ou em uma verdade?
sabe que ainda acho que em uma verdade, embora agora tudo pareça falso...

eu queria a mesma coragem que tive de você. queria que dissesse tudo, na minha cara.
sei que ainda falta. não consigo acreditar sem motivo. e ainda acho que o motivo é a fraqueza.

se for isso é mais triste do que parece... uma pena!

5 de dez. de 2007

do mundo que eu queria pra mim (ou: alguma coisa está fora da ordem)

eu queria um mundo em que não existisse uma opinião única a respeito de nada. um mundo em que não houvesse totalidade - lê-se totalitários. queria um mundo em que jamais tentassem me vender vestidos com 4x o valor do salário de um pai de família. muito menos que existissem vestidos com 20, 30x o valor do salário de um pai de família. queria também que nesse mundo nenhuma mãe visse seu filho com fome, nenhuma criança crescesse sem estórias pra dormir, nenhuma mãe sem vocação tivesse filhos.
queria um mundo em não fosse preciso viver se privando de alguma coisa pra se encaixar em padrões. queria que amor fosse suficiente para mudar o mundo. queria um mundo onde ninguém tivesse medo de amar.
queria um mundo que realmente tratasse a todos do mesmo modo. um mundo em que as mulheres fossem respeitadas como deveriam.
queria não ter saudades, queria ser menos ansiosa, queria não precisar tanto de dinheiro.
queria que ninguém chegasse à velhice sem o direito da casa própria. queria não ter que ver crianças trabalhando em sinais de trânsito. queria que meu país tivesse governantes decentes.
queria não ter que chorar vendo recém-nascidos jogados em latas de lixo.
queria saber hoje onde vou morar daqui há pouco tempo. queria saber o que vai ser da minha vida pra sempre. queria um mundo em que os sentimentos de uns não se ferissem para o contentamento de outros.